São nossas sensações corporais que inauguraram o aprendizado afetivo e relacional.
O modo como o adulto se relaciona é uma reprodução daquilo que experimentou na infância, pois quando brincava, intuitivamente, percebia o quanto era aceito pelos outros.
Ninguém Me Ama, Ninguém Me Quer
É importante brincar com os filhos, pois é muito prazeroso para a criança perceber que é aceita por alguém superior.
Lembre-se, do ponto de vista dela, os adultos são seres muito mais fortes e melhores preparados para enfrentar os problemas da vida.
Dessa forma, sentir-se aceito – sendo tão pequeno e “menos forte e esperto” que o papai e a mamãe – ajudará a consolidar a auto-imagem e fortalecer a autoconfiança das crianças e isso vai se refletir em sua capacidade de dar e receber afeto na vida adulta.
Brincar é coisa séria
É na liberdade da brincadeira que a criança desenvolve sua auto-regulação.
Brincando ela se dá conta das possibilidades e limites de seu corpo e aprende noções de cooperação, competição, solidariedade, negociação etc [1].
Por outro lado, quando as crianças percebem que não são vistas como seres completos, mas como um projeto do que podem vir a ser quando crescer, ou quando sentem que nelas são depositadas altas expectativas de um futuro brilhante – que nem sempre é o que desejam para si –, elas incorporam a noção de terem pouco ou nenhum valor por serem o que são, e crescem pensando que não merecem ser amadas, pois, afinal, se nem papai e mamãe as aceitam como são, quem aceitará?
Não se engane, as crianças percebem os desejos e expectativas dos pais, entretanto como elas não sabem lidar com a informação subliminar, acabam se moldando àquilo que se exige delas criando uma auto-imagem distorcida.
Essa auto-imagem servirá de base para o muito conhecido sentimento de rejeição e vai repercutir em sua relação de casal no futuro, pois quando adultas estarão sempre insatisfeitas reclamando que o outro não lhes dá o devido valor.
Ou então se submeterão a qualquer coisa para serem aceitas e amadas.
E nenhum afeto e atenção serão suficientes.
Talvez você já tenha se relacionado com alguém assim: quanto mais você dá mais ele reclama que lhe falta.
Aprenda observando
A melhor forma de ajudar as crianças a se tornarem adultos seguros e afetivos é respeitar cada fase da vida e propiciar condições para seu desenvolvimento relacional.
Vale lembrar que é esperado que ao ingressar na escola a criança já tenha adquirido:
Confiança – a sensação de que pode vencer obstáculos e que pode obter ajuda dos adultos.
Curiosidade – o prazer de descobrir e aprender.
Intencionalidade – a sensação de que é competente.
Autocontrole – a capacidade de coordenar as próprias ações.
Habilidade para relacionamento – a percepção que pode se entrosar, que compreende e é compreendida pelos outros.
Capacidade de comunicar desejo e disposição interna para verbalizar idéias, sentimentos e percepções
Cooperatividade – a capacidade de ser empática e harmonizar suas necessidades com as do grupo [2]
Aviso aos navegantes
Até 1 ano tudo é novidade. A criança explora o mundo com os olhos e também com a boca. Evite deixar o bebê preso no berço, crie um espaço seguro para ele explorar. Coloque um lençol no chão e afaste os objetos potencialmente perigosos (vidros, sacos plásticos, alimentos quentes, produtos de limpeza, objetos pontiagudos ou com diâmetro menor do que quatro centímetros). Bebês gostam de bolas; chocalhos; bichos de pelúcia e brinquedos de morder. Por isso é importante manter limpos os objetos a seu alcance.
De 1 a 2 anos: As crianças estão fascinadas com as possibilidades oferecidas por seus movimentos corporais e pelos cinco sentidos. Todos os dias elas aprendem coisas novas e na sua mente os objetos têm vida. Bonecos de plástico e brinquedos grandes de puxar; animais de pelúcia; jogos de encaixe, cores, texturas e sons fazem sucesso.
De 3 a 6 anos: Os contos de fada; as histórias de heróis e brincar de faz-de-conta são irresistíveis. Imitam os papéis adultos: fingem que falam ao telefone; preparam comida ou dirigem automóveis imaginários. O desenvolvimento motor é acelerado e atividades como correr, pular, dar cambalhotas e se pendurar na árvore são muito prazerosas.
De 6 a 10 anos: O raciocínio lógico já é bem desenvolvido e com ele vem o interesse por jogos que têm regras. Esportes coletivos, jogos de dominó, pega-varetas, cartas e tabuleiro podem divertir adultos e crianças. Invente jogos para suas crianças, é uma excelente atividade familiar.
Sueli Nascimento http://www.orgonoterapia.blogspot.com/
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